Até o dia em que te seja possível a chegada no teu retiro sobre a forma de uma sombra ocultando teu rosto domado pelo tempo, e aí sim sentir vagarosamente o esvoaçar da idade.

h. aires

Espécie em vias de extinção

O passado que luta no presente para viver no futuro

Espécie em vias de extinção

Os carrinhos de compras demonstram a saúde do negócio,mas num passado distante.

Hoje cobertos e lentamente consumidos pela ferrugem, encostados a um canto no interior da loja como se de filhos mal amados se tratassem, já que o seu não utilizar recorda o cancro que consome o negócio.

Espécie em vias de extinção

Hoje, lembrei-me de quando era miúdo como moço dos recados fazer as compras mínimas do dia-a-dia numa mercearia. Uma das minhas predilectas era; O Januário.

Proprietário que fez questão de baptizar o estabelecimento com o seu próprio nome, senhor simpático que trocava sempre o meu nome não fosse a idade pesar, e chamava-me nelson d'aires, o nome do meu irmão mais velho,por um lado compreendia...era o hábito, já que ele como o primeiro a vir ao mundo na família Aires acabou por ser o primeiro carrasco da minha mãe como moço dos recados principalmente nas idas ao januário, e então lá fazia eu questão de repetir: " não sou o Nelson sou o Helder " ele lá respondia: " ah.. o do meio, que teve um acidente ? (lá respondia que sim), acaba por ser irónico era mais conhecido na aldeia como o filho da D.Alice costureira que foi atropelado pelo próprio pai, do que pelo meu próprio nome. Muitas das vezes na ida a essas compras fazia-o com dinheiro contado, em outras tinha de pedir ao senhor Januário para fazer fiado, ele sempre com um sorriso (enquanto apontava no livrinho) lá respondia: "Ora sim senhora fiado para a D. Alice costureira ". Os tempos eram outros minha mãe como costureira mantinha 4 filhos simultaneamente a estudar, fazendo por diversas ocasiões uso desse crédito em que o tipo de contracto celebrado era o da Palavra, era assim naquele tempo as clientes ficavam a dever os fatos à minha mãe e por consequência minha mãe era praticamente obrigada a fazer fiado na mercearia.
Desde então muita coisa mudou, minha mãe deixou de fazer fiado os filhos cresceram uns formaram-se uma já se casou, a costura devido ao aparecimento dos grandes centros comerciais baixou durante uma fase, o Sr.Januário e a sua mercearia nos tempos áureos chegou a ter 3 cajas registadoras a debitar em simultâneo, hoje só tem uma, e a funcionar como que em serviços minimos resultado do aparecimento das grandes cadeias de hipermercados.

Ironicamente após um periodo instável a costura hoje até sai a ganhar com os grandes centros comerciais mais conhecidos por shoppings,não falta gente a vir cá a casa para apertar,alargar calças, subir,descer baínha, por entre outras coisas, já o Sr.Januário esse vai ter de continuar a rezar para que a caixa resgistadora sobrevivente não deixe de debitar pois no dia que isso acontecer o encerramento da mercearia terá de anunciar.






( Acabei por passar na mercearia e tirar algumas fotos ao exterior e interior com a devida autorização do Sr.Januário que ainda teve a amabilidade de atrás da secção do talho se colocar para eu poder tirar uma foto.)



h. aires

Fim de uma transmissão sem direito a retorno.

h.aires

Poesia despedaçada chora-se silenciosa

h. aires

Foto: h. aires &..

" PARABÉNS!!

Foste um dos vencedores do concurso 'Melhores do ano - 2007'.
Para levantar o teu prémio, um pack de CD, podes passar nas instalações da RUM.

Cumprimentos

P'la RUM
Sérgio Xavier "

Pois é, ganhei o concurso dos supostos melhores albuns em 2007.

O prémio não é uma bomba mas sempre são cd's à borla, entre isto uma visita guiada aos estúdios da RUM.

Confesso que foi bom ouvir na rádio o anunciar do meu nome, e em primeiro lugar :), quanto mais não seja só pelo facto de ter alimentado um pouquinho este ego,que bem necessita.

Não vou revelar a lista elaborada por mim para não ferir susceptibilidades, posso adiantar que só um dos meus albuns seleccionados ficou no top10, após todos os votos contabilizados.

" I am all the days you choose to ignore "

Foto: nelson d'aires

Feist e a sua banda vão estar em Portugal para dois concertos,10 e 11 de junho, primeiro no Coliseu do Porto, depois na Aula Magna, em Lisboa.

Os bilhetes serão colocados à venda quinta-feira, para o coliseu do porto vão custar entre os 23euros para o geral, e 28 para a tribuna.

Fico contente por não se terem esquecido do Porto, só tenho de agradecer à Everything is New,têm trazido cá boas bandas, artistas, e acima de tudo porque apostam em todos eles Porto e Lisboa.

Para os interessados José Gonzáles ( the cover's man ) estará igualmente em Lisboa e no Porto, a 29 e 30 de abril, mas a esse não vou!

Está a ser um ano interessante a nível de espectáculos,Portugal não se pode queixar! Mas neste momento só me poderiam mesmo surpreender com o anúncio dos The knife em Portugal, seria de se tirar o chapéu. Dificilmente acontecerá já que eles dão pouquíssimos concertos.

Consequências, Fenómeno

Não há outra forma de o definir,o que está acontecer em duas das ruas adjacentes à minha moradia é no mínimo um estranho fenómeno.

Pelos vistos alguém anda a abandonar carros Antigos pela rua fora, resolvi então parar o meu carro e fotografar dois deles.

Tenho tido particular interesse por estas relíquias, principalmente desde o deleite que foi ver o filme "Vanilla Sky" com aquele Ferrari 250 gto de uma beleza intemporal, juntamente com o Mustang. Decidi então parar meu carro e fotografar dois desses tristes abandonos.

Sim, tristes pois de imediato fiz a comparação conosco Seres Humanos, abandonamos nossos idosos em lares de acolhimento não sabendo nós tirar o proveito do imenso tempo livre dos mesmos, saborear as suas experiências vividas, e igualmente com elas tirar lições de vida, formas de amadurecimento, como de um carro antigo voltássemos a querer tirar o partido de uma condução já esquecida, sensação de um trabalhar diferente, ruído, caixa manual aliada ao prazer de aceleração. ´

Tudo o que um modelo automóvel recente já não nos consegue oferecer, e que da mesma forma novas gerações Humanas serão incapazes de partilhar, transmitir como se vivia há muito tempo atrás.

Estás a chegar à Areia, estás a entrar na China.

Ai ai saudozismo....belos os tempos em que esta mística terra tinha uma espécie de portagens com seus fiéis guardadores,em que qual fosse a tentativa de estranho cá entrar automaticamente lhe era barrada a entrada, porém podendo apenas negociar deixando às portas um garrafão de vinho, uma rosca, ou objecto de outro tipo qualquer desde que lhe fosse reconhecido seu devido valor pelos "guardadores", nos casos mais extremos e como relatam os anciões da nossa aldeia alguns chegavam mesmo a fazer como espécie de empréstimo suas mulheres durante as suas breves estadias, tal era a misticidade deste local e tão afamada terra. Concluindo...aquele a quem durante a sua estadia seu comportamento fosse considerado incorrecto, de cá saía com um pontapé no recto.

h. aires in relatos.

Sentado ao balcão

Planos meticulosamente delineados tudo agora parece ser uma miragem,chego ao cúmulo de ter de acreditar na minha própria mentira, fazendo-o como de uma droga sedativa se tratasse, em que uso e abuso da auto-prescrição.

Sentado ao balcão pareço um poeta abandonado à espera do seu cão

h. aires

Irónico cupido

3horas e 45minutos de possiveis caras metade desencontradas unidas por uma partilha de viagem,provavelmente a primeira e última de ambos..

h. aires

Foto: Telemóvel

" Ordinary life is pretty complex stuff "