À medida que fui manuseando e moldando o barro brotou-me a ideia de criar dois elementos, através do barro, que personificassem de certa forma dois seres vivos racionais, numa peça única e assim surgiu a subjugação. Dito isto e reportando ao nome “subjugação” que intitula a peça, falo de uma submissão/veneração por parte de um individuo para com o outro, daí resultar no individuo que se sujeita e rege pelo outro uma figura “quebrada”. Por conseguinte, isto resulta com que esse individuo não consiga obter independência intelectual, por outro lado, não significa que não seja capaz, porque segundo a minha visão ao avaliarmos as capacidades dos dois elementos em termos dimensionais e supondo que a figura que se subjuga está igualmente erecta constatamos que na verdade até é um individuo com mais capacidades intelectuais.
Com isto, quis transmitir a importância de obtermos o nosso próprio conhecimento e trabalharmos a nossa consciência crítica para que não nos deixemos levar pelos “outros”, pois isso não nos impede de saber estar em sociedade, pelo contrário, estamos deste modo a contribuir para uma sociedade composta por um número de indivíduos que de forma independente são igualmente capazes, com efeito é construída uma sociedade erudita.
Considerando isto, no que diz respeito à minha esfera profissional prevejo que enquanto ASC vou usufruir (sempre que considere oportuno nas oficinas de expressão plástica) do barro, como veículo descobridor de apetências artísticas, ou para deslindar emoções que possam ganhar forma através deste material, que tem acompanhado a humanidade ao longo dos tempos ao ponto de o próprio material, além de ter criado muitas obras artísticas, tornou-se património cultural e artístico.
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